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sexta-feira, junho 30, 2006 

18 patentes em cinco anos

Entre 2001 e 2005, todos os Laboratórios de Estado portugueses em conjunto viram aprovadas 2 patentes pelo European Patent Office e 16 pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Não houve quaisquer patentes submetidas ou aprovadas pelo United States Patent and Trademark Office ou pelo Patent Cooperation Treaty.
(página 33 do Anexo 1 do Report of the International Working Group on the Reform of the State Laboratories)

É por causa de títulos destes que os jornalistas são uma classe tão pouco considerada.
São patentes o que se pede aos laboratórios do estado? Por exemplo, o conhecimento do fundo oceânico, ou das correntes e marés é patenteável?
São as patentes, ainda em 2006, a melhor forma de medir a investigação ou a inovação?
São as patentes que caracterizam a actuação de laboratórios de outros estados?
Quantas patentes são conseguidas em outros países? ou em laboratórios não estatais?
Para que servem as patentes? para alimentar os burocratas que as guardam? para dar oportunidades de negócio a advogados?
Para que serve acabar com os laboratórios do estado? para vender os espaços que ocupam, de modo a criar fontes de rendimento aos especuladores imobiliários?
Por favor, senhor ministro Mariano Gago, mostre sentido de Estado e distinga-se dos Luíses Filipes Vieiras!

É por causa de títulos destes que os INVESTIGADORES são uma classe tão pouco considerada.

O que é que se pede aos investigadores? Que investiguem, não é??
E como é que se sabe que a investigação é feita? Publicando os resultados dessa investigação nos jornais da especialidade, não é?
Ou, caso essa investigação possa ter alguma aplicação prática, regista-se uma patente, não é?

Dou de barato as 2 patentes irrisórias que surgiram da investigação relaizada em Labs de Estado, nem sequer é o mais grave.

O que é uma VERGONHA é que 15.000 investigadores publicaram em 5 anos apenas e tão só 2806 artigos científicos !!!

Isto significa que afinal a grande maioria dos investigadores dos labs de estado não investigam coisa nenhuma!! Ou então não querem mostrar o que investigam, deve ser segredo de estado!

Então - Para que serve acabar com os laboratórios do estado?

Para acabar com esta pouca-vergonha!! Não acha razão suficiente???
É que quem paga os salários a esses senhores somos todos nós, e temos pois o direito de exigir que, se não fazem aquilo para que lhes pagamos, então que sejam despedidos. Ou pensam que têm algum direito divino de receber o salário e nada fazer daquilo que é suposto fazer, isto é, investigar??

Nunca fizemos e nem vamos fazer qualquer restrição de participação neste blogue a anónimos, mas acho sinceramente que todos ganharíamos em saber quem está a escrever. Principalmente, quando os ataques são quase pessoais...

Sou investigador de um Lab do Estado, publicando em média mais de 10 papers por ano em revistas internacionais com referee, dos quais cerca de metade como primeiro autor.

Tenho muitos colegas que não publicam, nem podem publicar, porque as suas funções correspondem a exigências legais, tanto nacionais como derivadas de obrigações internacionais. Funções essas geralmente de grande importância e relevância, e que apenas o Estado pode cumprir (por exemplo: controlo radiológico).

Parece-me que estes blogues servem principalmente para descarregar frustrações e venenos, e não para análise e discussão. Assim, não vale a pena.

Nuno Barradas

Não vi aqui nenhuns ataques pessoais. O que vejo é uma série de números impressionantes. Que demonstram a ineficiência dos chamados laboratórios de estado e a falta de profissionalismo de grande número de pretensos investigadores. Evidentemente que existem ilhas de qualidade, como reclama e bem o Nuno Barradas. Mas os seus números apenas tornam mais gritante a inutilidade da maioria dos outros funcionários/"investigadores".
E não tentem tapar o Sol com a peneira. Pior que um cego só um que se recusa a ver.
Que a situação é vergonhosa não é só de agora e todos têm afinal contemporizado com o status quo, desde os directores aos ministros.
A "chatice" é que a situação se torna cada vez mais insustentável e o dinheiro já não chega para manter tanto inutil a viver à nossa conta. É bom que sintam algum desconforto e ameaçados. Pode ser que lhes dê para trabalhar.

Quando se quer à partida distorcer algumas realidades, os números dizem aquilo que se pretende.
Começa-se logo pelo número de investigadores dos LE. DUvido que sejam os tais 15.000. Não se estará a confundir o número TOTAL de funcionários dos LE?

Por outro lado, em relação ao número de patentes, não sei se a maioria das pessoas sabe, mas quer para registar uma patente quer para a manter, é necessário algum dinheiro. E se estivermos a falar de uma patente internacional, então é necessário MUITO dinheiro. Acontece que os sucessivos governos têm cortado verbas que seriam utilizadas para esses fins. Por isso, não se pode fazer um juizo linear do número de patentes registadas, quando muitas das vezes nem há dinheiro para comprar reagentes !

Os investigadores dos Laboratórios do Estado são cerca de 2000, e não 15.000, como pode ver no post "Produtividade e laboratórios do Estado" (mais acima).

Quais as dificuldades que alguem que pretende patentear e que trabalhe num LE tem?
Quem paga a patente? O investigador? dos iluminados acima que so falam mal dos LE, tem nocao de quanto custa patentear algo no EPO?

Sr Nuno Barradas,
Fiquei com interesse em conferir quais as revistas em que publica os tais 10 artigos por ano. Para isso (e, como tb sou investigador, sei onde procurar) consultei a Pubmed e pesquisei "Barradas N". O resultado foram 6 artigos publicados desde 1993 em revistas no mínimo duvidosas. Talvez me pudesse esclarecer acerca dos 10 papers por ano.

O que é que fará na vida aquele anónimo que verborreia sobre a improdutividade dos investigadores dos Lab do estado?. É tão facil mandar bitaites a coberto do anonimato... Pois eu sou uma das pessoas que trabalham, sim TRABALHAM no INETI e que me orgulho de ter contribuido com o meu esforço para conseguir que esta instituição seja prestigiada lá fora, e um parceiro muito solicitado para integrar consórcios internacionais. Só porque existem muitos e bons investigadores e trabalhadores no INETI que insistiram e persistiram contra tutelas distraídas para não dizer pior, (pagando muitas vezes do seu bolso deslocações e outras despesas)conseguiram contratos e obtiveram resultados iguais aos que outros investigadores conseguem lá fora, é que tem sido dificil destruir uma instituição que ao contrário do que querem fazer crer, está VIVA e PRODUZ!
Venham falar connosco que temos dados para vos mostrar e não se fiquem pela demagogia de quem sabe manipular números. O que o INETI tem é um património demasiado valioso e por isso apetecível, mas isso não querem muitos, que se saiba e muito menos que se discuta!
MJB

Só esta produtividade? Na verdade cada vez mais é necessária a participação com as empresas!
A minha empresa registou 19 patentes em 2005, este ano vamos pelo mesmo caminho!

Já agora, Ficocables - Portugal, uma empresa do grupo Ficosa International.

E o choque tecnológico, está aí! Aínda não se vislumbra...
Parece-me lírico!

Na verdade, tb acho exagerado o numro de 15000 investigadores, mas expliquem-se melhor e não anónimos, porque a credibilidade das afirmações, esborrata-se! Não critico os nossos investigadores, sei que os meios são escassos e na verdade o Estado Português, não apoia nada a investigação.
Como disse na minha empresa, foram 19 patentes internacionais , made in Portugal e os investigadores, uns 25 mais os colaboradores um total de 50 pessoas!

Um abraço a todos

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